quarta-feira, 27 de setembro de 2023

O Nosso Frágil Planeta (Walter E. Williams)


(11.12.2013)

 

Examinemos algumas afirmações que refletem uma visão que se pensa ser absolutamente inquestionável, além de quaisquer possibilidades de questionamento. “O mundo em que vivemos é lindo, mas frágil.” “A terceira pedra a partir do Sol é um oásis frágil.” Aqui estão algumas citações que apareceram no Dia da Terra: “Lembre-se de que a Terra precisa ser salva todos os dias.” “Lembre-se da importância de cuidar do nosso planeta. É o único lar que temos!” Tais declarações, juntamente com previsões apocalípticas, são ferramentas rotineiras para os ambientalistas — tanto os extremistas quanto os não extremistas. Pior ainda se mostra o fato de que essa doutrinação de “Terra frágil” serve de alimento mental e intelectual para os nossos jovens desde o jardim-de-infância até a faculdade. Analisemos, portanto, o quão frágil a Terra realmente é.

A erupção de 1883 do vulcão Krakatoa, localizado na atual Indonésia, teve a força de 200 megatons de TNT. Isso se demonstra o equivalente a 13.300 bombas atômicas de 15 quilotons, do tipo que destruiu Hiroshima em 1945. Antes dessa erupção, ocorreu em 1815 a erupção do vulcão Tambora, também na atual Indonésia; essa erupção detém o recorde de maior erupção vulcânica já conhecida. O vulcão lançou tantos detritos na atmosfera, bloqueando a luz solar, que 1816 ficou marcado como o “Ano Sem Verão” ou o “Verão que Nunca Ocorreu”. Isso provocou perdas totais de safras agrícolas e de animais para abate em grande parte do Hemisfério Norte, causando a pior fome do século XIX. A erupção de 535 d.C. do vulcão Krakatoa apresentou tanta força que bloqueou grande parte da luz e do calor do Sol por dezoito meses — e há quem diga que essa erupção deu origem à Idade das Trevas. Geofísicos estimam que somente três erupções vulcânicas — Indonésia (1883), Alasca (1912) e Islândia (1947) — expeliram mais dióxido de carbono e dióxido de enxofre na atmosfera que todas as atividades da humanidade em toda a nossa história.

Como a nossa frágil Terra tem lidado com as enchentes, os dilúvios, as inundações? A China é provavelmente a capital mundial das inundações gigantescas. A enchente do Rio Amarelo de 1887 custou entre 900.000 e 2 milhões de vidas. As inundações de 1931 na China foram ainda piores, causando um número estimado de mortos entre 1 milhão e 4 milhões. Mas a China não detém o monopólio das inundações. Entre 1219 e 1530, os Países Baixos (Holanda) vivenciaram enchentes que custaram cerca de 250.000 vidas.

E o que dizer do impacto dos terremotos que assolam a nossa frágil Terra? Ocorreu o terremoto de Valdivia, no Chile, em 1960, que chegou a 9,5 na escala Richter, uma força equivalente a 1.000 bombas atômicas explodindo ao mesmo tempo. O mortífero terremoto de 1556 na província chinesa de Shaanxi devastou uma área de 520 milhas (836,859 quilômetros). Temos o mais recente terremoto de magnitude 9,1 de dezembro de 2004 no Oceano Índico, o qual provocou o tsunami mortal do Boxing Day (dia seguinte à noite de Natal; 26.12), assim como um mortífero terremoto de magnitude 9,0 em março de 2011 que atingiu o leste do Japão.

O nosso frágil planeta já teve de encarar terrores provenientes do espaço sideral. Há dois bilhões de anos, um asteroide atingiu a Terra, criando a cratera Vredefort, na África do Sul. Ela tem um raio de 118 milhas (189,903 quilômetros), configurando a maior cratera de impacto do mundo. Em Ontário, Canadá, existe a Bacia de Sudbury, resultante de uma queda de meteoro ocorrida 1,8 bilhão de anos atrás, que possui um diâmetro de 81 milhas (130,357 quilômetros), configurando a segunda maior estrutura de impacto na Terra. A cratera da Baía de Chesapeake, na Virgínia (EUA), é um pouco menor, com cerca de 53 milhas de largura (85,295 quilômetros). Além disso, existe a famosa, mas insignificante Cratera de Barringer, no Arizona (EUA), que não possui nem mesmo uma milha de largura (uma milha equivale a 1,6 quilômetros).

Assinalei apenas uma ínfima parcela dos eventos cataclísmicos que têm atingido a Terra — deixando de mencionar categorias inteiras, como tornados, furacões, precipitações de raios, incêndios, nevascas, deslizamentos de terra e avalanches. Apesar desses eventos cataclísmicos, a Terra sobreviveu. A minha pergunta é: Qual desses poderes da natureza pode ser igualado pelo ser humano? Por exemplo, a humanidade consegue reproduzir os efeitos poluentes da erupção vulcânica de 1815 do Tambora ou o impacto do asteroide que aniquilou os dinossauros? É o ápice da arrogância achar que a humanidade possa provocar mudanças paramétricas significativas na Terra ou possa chegar ao patamar das forças destrutivas da natureza.

Ocasionalmente, os ambientalistas acabam se entusiasmando e passam a revelar a sua verdadeira agenda, a sua real intenção. Barry Commoner declarou: “O capitalismo é o inimigo número um da Terra.” Leo Marx, professor do Amherst College, de Massachussets, EUA, disse: “Tendo em vista razões ecológicas, a causa em prol do governo mundial está além de quaisquer questionamentos, dispensando debates.” Com o declínio e o colapso da URSS, o comunismo perdeu considerável respeitabilidade, sendo agora reempacotado como ambientalismo e progressismo.

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