(11.12.2013)
Examinemos algumas afirmações que refletem uma
visão que se pensa ser absolutamente inquestionável, além de quaisquer possibilidades
de questionamento. “O mundo em que vivemos é lindo, mas frágil.” “A terceira
pedra a partir do Sol é um oásis frágil.” Aqui estão algumas citações que
apareceram no Dia da Terra: “Lembre-se de que a Terra precisa ser salva
todos os dias.” “Lembre-se da importância de cuidar do nosso planeta. É o único
lar que temos!” Tais declarações, juntamente com previsões apocalípticas,
são ferramentas rotineiras para os ambientalistas — tanto os extremistas quanto
os não extremistas. Pior ainda se mostra o fato de que essa doutrinação de “Terra
frágil” serve de alimento mental e intelectual para os nossos jovens desde o
jardim-de-infância até a faculdade. Analisemos, portanto, o quão frágil a Terra
realmente é.
A erupção de 1883 do vulcão Krakatoa, localizado
na atual Indonésia, teve a força de 200 megatons de TNT. Isso se demonstra o
equivalente a 13.300 bombas atômicas de 15 quilotons, do tipo que destruiu
Hiroshima em 1945. Antes dessa erupção, ocorreu em 1815 a erupção do vulcão
Tambora, também na atual Indonésia; essa erupção detém o recorde de maior
erupção vulcânica já conhecida. O vulcão lançou tantos detritos na atmosfera,
bloqueando a luz solar, que 1816 ficou marcado como o “Ano Sem Verão” ou o “Verão
que Nunca Ocorreu”. Isso provocou perdas totais de safras agrícolas e de animais
para abate em grande parte do Hemisfério Norte, causando a pior fome do século XIX.
A erupção de 535 d.C. do vulcão Krakatoa apresentou tanta força que bloqueou
grande parte da luz e do calor do Sol por dezoito meses — e há quem diga que essa
erupção deu origem à Idade das Trevas. Geofísicos estimam que somente três
erupções vulcânicas — Indonésia (1883), Alasca (1912) e Islândia (1947) —
expeliram mais dióxido de carbono e dióxido de enxofre na atmosfera que todas
as atividades da humanidade em toda a nossa história.
Como a nossa frágil Terra tem lidado com as
enchentes, os dilúvios, as inundações? A China é provavelmente a capital
mundial das inundações gigantescas. A enchente do Rio Amarelo de 1887 custou
entre 900.000 e 2 milhões de vidas. As inundações de 1931 na China foram ainda piores,
causando um número estimado de mortos entre 1 milhão e 4 milhões. Mas a China
não detém o monopólio das inundações. Entre 1219 e 1530, os Países Baixos (Holanda)
vivenciaram enchentes que custaram cerca de 250.000 vidas.
E o que dizer do impacto dos terremotos que
assolam a nossa frágil Terra? Ocorreu o terremoto de Valdivia, no Chile, em
1960, que chegou a 9,5 na escala Richter, uma força equivalente a 1.000 bombas
atômicas explodindo ao mesmo tempo. O mortífero terremoto de 1556 na província
chinesa de Shaanxi devastou uma área de 520 milhas (836,859 quilômetros). Temos
o mais recente terremoto de magnitude 9,1 de dezembro de 2004 no Oceano Índico,
o qual provocou o tsunami mortal do Boxing Day (dia seguinte à noite de
Natal; 26.12), assim como um mortífero terremoto de magnitude 9,0 em março de
2011 que atingiu o leste do Japão.
O nosso frágil planeta já teve de encarar terrores
provenientes do espaço sideral. Há dois bilhões de anos, um asteroide atingiu a
Terra, criando a cratera Vredefort, na África do Sul. Ela tem um raio de 118
milhas (189,903 quilômetros), configurando a maior cratera de impacto do mundo.
Em Ontário, Canadá, existe a Bacia de Sudbury, resultante de uma queda de
meteoro ocorrida 1,8 bilhão de anos atrás, que possui um diâmetro de 81 milhas
(130,357 quilômetros), configurando a segunda maior estrutura de impacto na
Terra. A cratera da Baía de Chesapeake, na Virgínia (EUA), é um pouco menor,
com cerca de 53 milhas de largura (85,295 quilômetros). Além disso, existe a
famosa, mas insignificante Cratera de Barringer, no Arizona (EUA), que não possui
nem mesmo uma milha de largura (uma milha equivale a 1,6 quilômetros).
Assinalei apenas uma ínfima parcela dos
eventos cataclísmicos que têm atingido a Terra — deixando de mencionar
categorias inteiras, como tornados, furacões, precipitações de raios,
incêndios, nevascas, deslizamentos de terra e avalanches. Apesar desses eventos
cataclísmicos, a Terra sobreviveu. A minha pergunta é: Qual desses poderes da
natureza pode ser igualado pelo ser humano? Por exemplo, a humanidade consegue reproduzir
os efeitos poluentes da erupção vulcânica de 1815 do Tambora ou o impacto do
asteroide que aniquilou os dinossauros? É o ápice da arrogância achar que a
humanidade possa provocar mudanças paramétricas significativas na Terra ou possa
chegar ao patamar das forças destrutivas da natureza.
Ocasionalmente, os ambientalistas acabam se
entusiasmando e passam a revelar a sua verdadeira agenda, a sua real intenção.
Barry Commoner declarou: “O capitalismo é o inimigo número um da Terra.”
Leo Marx, professor do Amherst College, de Massachussets, EUA, disse: “Tendo
em vista razões ecológicas, a causa em prol do governo mundial está além de quaisquer
questionamentos, dispensando debates.” Com o declínio e o colapso da URSS,
o comunismo perdeu considerável respeitabilidade, sendo agora reempacotado como
ambientalismo e progressismo.
***
(Clique aqui para baixar o texto em formato PDF.)