“Government is essentially the negation of liberty.” — Ludwig von Mises (“O governo é essencialmente a negação da liberdade.”) “The institution of the state establishes a socially legitimized and sanctified channel for bad people to do bad things.” — Murray N. Rothbard (“A instituição do estado estabelece um canal legitimado e ungido para pessoas más fazerem coisas ruins.”) “[The state is] an institution run by gangs of murderers, plunderers, and thieves, surrounded by willing executioners, propagandists, sycophants, crooks, liars, clowns, charlatans, dupes, and useful idiots — an institution that dirties and taints everything it touches.” — Hans-Hermann Hoppe (“[O estado é] uma instituição conduzida por gangues de assassinos, saqueadores e ladrões, tendo à sua volta dispostos executores, propagandistas, patifes, vigaristas, mentirosos, palhaços, charlatões, imbecis e idiotas úteis — uma instituição que suja e macula tudo que toca.”) “Socialismo es todo sistema de agresión institucional contra el libre ejercicio de la acción humana o función empresarial.” — Jesús Huerta de Soto

domingo, 18 de setembro de 2022

Trecho do livro “O Tigre de Sharpe”, de Bernard Cornwell

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“Sem comércio não há riqueza, e sem riqueza não há sociedade na qual valha a pena viver. Sem comércio, recruta Sharpe, seríamos apenas feras na lama. Vale a pena lutar pelo comércio, embora o bom Deus saiba que não apreciamos muito essa atividade. Nós celebramos reis, honramos grandes homens, admiramos aristocratas, aplaudimos atores, derramamos ouro em pintores. Às vezes até recompensamos soldados e prisioneiros. Mas sempre desprezamos os mercadores. Por quê? É a riqueza do mercador que move os moinhos, Sharpe. Essa riqueza tece roupas, bate martelos, sopra velas de navios, abre estradas, forja ferro, cultiva trigo, assa pão e constrói igrejas, chalés e palácios. Sem comércio e sem Deus nada seríamos.”

— Coronel McCandless, personagem do livro O Tigre de Sharpe, de Bernard Cornwell


sábado, 17 de setembro de 2022

Escravidão Privada vs. Escravidão Pública (Hans-Hermann Hoppe)








A diferença fundamental entre a propriedade privada governamental (de baixa preferência temporal) e a propriedade pública governamental (de alta preferência temporal) pode ser ilustrada pela instituição da escravidão, contrastando os escravos de propriedade privada — conforme existiam, por exemplo, na América antes da guerra — com os escravos de propriedade pública — conforme existiam, por exemplo, na antiga União Soviética e no seu império no Leste Europeu.

Assim como os escravos, na condição de propriedade privada, eram ameaçados com punições caso tentassem fugir, em todo o antigo Império Soviético a emigração foi banida e punida como uma ofensa criminal — caso necessário, aqueles que tentavam fugir eram fuzilados. Além disso, normas antivadiagem existiam em todo lugar, e os governos podiam atribuir qualquer tarefa — bem como todas as recompensas e todas as punições — a qualquer cidadão. Daí a classificação do sistema soviético como escravatura. Entretanto, ao contrário de um proprietário privado de escravos, os donos de escravos da Europa Oriental — de Lênin a Gorbachev — não podiam vender ou alugar os seus súditos em um mercado de trabalho e privadamente apropriar as receitas decorrentes da venda ou do aluguel do seu “capital humano”. Daí a classificação do sistema como escravidão pública (ou socialista).

Sem mercados de escravos e de mão-de-obra escrava, as coisas são ainda piores — e não melhores — para os escravos; inexistindo preços para os escravos e para a sua mão-de-obra, um proprietário de escravos não pode mais alocar racionalmente o seu “capital humano”. Ele não é capaz de determinar o valor e a escassez das suas várias e heterogêneas peças de capital humano; e não pode determinar o custo de oportunidade do uso desse capital em qualquer emprego e muito menos compará-lo com a receita correspondente. Portanto, má alocação, desperdício e “consumo” de capital humano duradouros são os resultados. 

A evidência empírica indica tudo isso. Conquanto ocasionalmente acontecesse o fato de um proprietário privado de escravos matar um escravo seu — o que significa o máximo “consumo” de capital humano —, a escravidão socialista na Europa Oriental resultou no assassinato de milhões de civis. Sob a escravidão de propriedade privada, a saúde e a expectativa de vida dos escravos aumentaram em geral. No Império Soviético, os padrões de saúde deterioraram-se constantemente, e a expectativa de vida realmente caiu nas últimas décadas. O nível de treinamento prático e de educação dos escravos privados aumentou em geral. O dos escravos socialistas diminuiu. A taxa de reprodução entre os escravos de propriedade privada era positiva. Entre as populações de escravos da Europa Oriental, ela era normalmente negativa. Eram altas as taxas de suicídio, de autoincapacitação, de rompimentos familiares, de promiscuidade, de filhos “ilegítimos”, de defeitos congênitos, de doenças venéreas, de aborto, de alcoolismo e de comportamento bruto ou estúpido entre os escravos privados. Mas todas essas taxas de “consumo de capital humano” eram ainda maiores entre os escravos socialistas do antigo Império Soviético. Similarmente, ao passo em que ocorriam comportamentos moralmente absurdos e violentos entre os escravos de propriedade privada após a sua emancipação, o embrutecimento da vida social após a abolição da escravatura socialista foi muito pior, revelando um grau até mesmo superior de degradação moral.

— Hans-Hermann Hoppe, no seu livro Democracia, o Deus que Falhou (capítulo 1)

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

A Arma de Fogo É a Civilização (Marko Kloos)





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Uma Teoria Simples sobre a Corrupção (Hans Sennholz)

“Não quero silenciar um exemplo moderno: o de Alexandre VI, que na sua vida só fez enganar as pessoas. Nunca pensou em outra coisa; e sempre encontrou oportunidade para isso. Ninguém jamais afirmou com tanta convicção — e prometendo com tanto vigor cumpriu tão pouco o prometido. Ele, porém, sempre se beneficiou com a mentira, pois conhecia muito bem essa arte.”

— Maquiavel, O Príncipe, cap. 18 

“As pessoas são tão pouco argutas, inclinando-se de tal modo às necessidades imediatas, que quem quiser enganá-las encontrará sempre quem se deixe enganar.”

— Maquiavel, O Príncipe, cap. 18

“Além disso, em função do fato de a Constituição explicitamente conceder a ‘livre entrada’ no aparato estatal — qualquer pessoa pode se tornar um membro do Congresso, um juiz do Tribunal Supremo ou o presidente —, foi diminuída a resistência contra as invasões de propriedade pelo estado; como resultado da “livre competição política”, toda a estrutura moral da sociedade foi distorcida, e mais e mais indivíduos maus ascenderam ao topo. Pois liberdade de entrada e livre competição nem sempre são coisas boas. Liberdade de entrada e livre concorrência na produção de bens é algo positivo; mas livre concorrência na produção de males é algo negativo. Por exemplo, liberdade de entrada no ramo de assassinatos, de roubos, de falsificações e mentiras não é algo bom; é algo pior que péssimo. Entretanto, é exatamente isso que fica instituído pela livre competição política, i.e., pela democracia.

(...)

Pior ainda: (...) os politicamente talentosos, que têm pouca ou nenhuma inibição contra tomar a propriedade alheia e mandar nos outros, possuem uma vantagem clara sobre aqueles que têm tais escrúpulos. Ou seja, a livre competição política favorece os talentos políticos agressivos (portanto, perigosos) em vez dos defensivos (portanto, inofensivos), conduzindo, assim, ao cultivo e à perfeição das peculiares habilidades da demagogia, da fraude, da mentira, do oportunismo, da corrupção e do suborno. Em consequência, a entrada e o sucesso no governo se tornarão cada vez mais impossíveis para qualquer pessoa que tenha inibições morais contra os atos de mentir e roubar. Então, ao contrário dos monarcas hereditários, os congressistas, os presidentes e os juízes do Tribunal Supremo não adquirem — aliás, nem podem adquirir — as suas posições acidentalmente (por acaso).”

Hans-Hermann Hoppe, Democracia o Deus que Falhou, capítulo 13

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