“Não quero silenciar um exemplo moderno: o de Alexandre VI, que na sua vida só fez enganar as pessoas. Nunca pensou em outra coisa; e sempre encontrou oportunidade para isso. Ninguém jamais afirmou com tanta convicção — e prometendo com tanto vigor cumpriu tão pouco o prometido. Ele, porém, sempre se beneficiou com a mentira, pois conhecia muito bem essa arte.”
— Maquiavel, O Príncipe, cap. 18
“As pessoas são tão pouco argutas, inclinando-se de tal modo às necessidades imediatas, que quem quiser enganá-las encontrará sempre quem se deixe enganar.”
— Maquiavel, O Príncipe, cap. 18
“Além disso, em função do fato de a Constituição
explicitamente conceder a ‘livre entrada’ no aparato estatal — qualquer pessoa
pode se tornar um membro do Congresso, um juiz do Tribunal Supremo ou o
presidente —, foi diminuída a resistência contra as invasões de propriedade
pelo estado; como resultado da “livre competição política”, toda a estrutura
moral da sociedade foi distorcida, e mais e mais indivíduos maus ascenderam ao
topo. Pois liberdade de entrada e livre competição nem sempre são coisas boas. Liberdade
de entrada e livre concorrência na produção de bens é algo positivo; mas
livre concorrência na produção de males é algo negativo. Por exemplo,
liberdade de entrada no ramo de assassinatos, de roubos, de falsificações e
mentiras não é algo bom; é algo pior que péssimo. Entretanto, é exatamente isso
que fica instituído pela livre competição política, i.e., pela
democracia.
(...)
Pior ainda: (...) os politicamente talentosos, que têm pouca ou nenhuma inibição contra tomar a propriedade alheia e mandar nos outros, possuem uma vantagem clara sobre aqueles que têm tais escrúpulos. Ou seja, a livre competição política favorece os talentos políticos agressivos (portanto, perigosos) em vez dos defensivos (portanto, inofensivos), conduzindo, assim, ao cultivo e à perfeição das peculiares habilidades da demagogia, da fraude, da mentira, do oportunismo, da corrupção e do suborno. Em consequência, a entrada e o sucesso no governo se tornarão cada vez mais impossíveis para qualquer pessoa que tenha inibições morais contra os atos de mentir e roubar. Então, ao contrário dos monarcas hereditários, os congressistas, os presidentes e os juízes do Tribunal Supremo não adquirem — aliás, nem podem adquirir — as suas posições acidentalmente (por acaso).”
— Hans-Hermann Hoppe, Democracia — o Deus que Falhou, capítulo 13
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