Texto publicado em 20.08.2020
No Brasil, foram desembolsados R$ 928
bilhões para pagar servidores públicos em 2019. Isso significa que, só ao
funcionalismo, cada brasileiro pagou em média R$ 4.440 — sem contar outras despesas e investimentos. Esse gasto, por exemplo, é o
dobro do investimento na educação e 3,5 vezes o investimento na saúde.
Mais do que o funcionalismo comum, os
cargos públicos de alto escalão costumam remunerar muito melhor que a
iniciativa privada. Isso porque o Estado pode se dar a um luxo que as empresas
privadas jamais poderão: ter prejuízos constantes e contínuos e continuar
gastando. Empresas deficitárias e pouco competitivas quebram, mas, no caso do
Estado, há sempre um benfeitor que arca com o preço abusivo e o prejuízo: você.
Desviar o foco do brasileiro da gravidade
da crise orçamentária é a especialidade do governo. Não surpreende, já que quem
julga o corte de gastos é justamente quem mais se beneficia do sistema
deficitário. As mudanças mais cruciais para uma reforma estruturante não são
sequer comentadas, pois o compromisso assumido pelo Estado com os servidores
mais onerosos é intocável. Só não é intocável o bolso do cidadão.
É comum, por exemplo, que os três
poderes concordem que os salários dos professores deveriam ser maiores. Mas
você não verá os bon vivants do alto escalão do Executivo, do Legislativo
e do Judiciário dispostos a abrirem mão dos seus salários de R$ 20 mil, R$ 30
mil, R$ 40 mil (e mais) — ou dos seus gordos benefícios e
auxílios. A sua sugestão sempre será aumentar a dívida ou a arrecadação.
O Brasil vende a sua ineficiência fiado
e ainda pendura a conta no nome do cidadão comum — que vive no
risco e sabe que o risco é inerente à vida e à evolução. A segurança absoluta
vendida a muitos servidores é incondizente com o estado natural das coisas. O
mundo e a economia têm como essência a instabilidade, mas o Brasil se julga
acima disso. A estabilidade, a onerosidade e os benefícios intocáveis do alto
escalão estão destruindo o orçamento do país. E é o cidadão comum quem segue
carregando o piano na tentativa frustrada de quitar a conta da esquizofrenia
estatal.
COMENTÁRIO MEU:
Nenhuma
surpresa. Conforme a moderna “Ciência”, quanto maiores forem a tributação, os
gastos estatais, o endividamento estatal e a inflação monetária (i.e., a
criação de papelzinho colorido e de dígito eletrônico), maior será a
prosperidade...
O
estado é apenas uma organização que pratica violações contínuas e
institucionalizadas dos direitos de propriedade num determinado território. O
estado é uma instituição parasitária. Os meios estatais de expropriação mais
comuns são a tributação, a inflação da moeda de curso forçado (aumento da
quantidade de dinheiro em circulação) e as regulamentações (as quais
notadamente restringem o campo de atuação e a iniciativa — i.e.,
restringem a liberdade de entrada no processo de mercado —, beneficiando alguns
em detrimento do resto).
O
estado configura uma enorme aberração jurídica: julga os casos em que ele
próprio é parte (ou seja, a tendência é clara: julgar em favor de si mesmo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário